lembro-me sobretudo dos beijos que não dei...
nefastos ordinários pelo vulgo do amor aqueles que coram
e se fazem de muito apaixonados,
que beijam sem a língua,
que beijam pelo social da boca.
odeio no desejo homicida todos aqueles que se fazem de amor,
e que por ele se conjugam no presente.
eu pela mulher me consumo...
mulher poço de infindável profundidade,
mulher floresta, mulher labirinto.
amo as mulheres pelos lábios maiores e não pelo amor...
pelos lábios conjugo-me em todos os tempos conjuntivos...
revejo todas as minhas fórmulas alqúimicas e
ressurjo-me como pedra filosofal.
o homem pela mulher se faz
e pela mulher amadurece.
mulher árvore de frutos magnãnimes,
frutos de elipses de luz perpétua.
árvore de raízes internas,
árvore autotrófica do amor.
mulher máquina celular...
todo o cosmos se toca pela vulva,
pela vulva se labora o verbo primordial...
pela vulva cresce o beijo.
lembro-me sobretudo dos beijos que não dei...
beijos etéricos nas vulvas masturbatórias do desejo,
desejo circular, desejo porta,
beijo desejo clitoriano.
pela mulher faço-me homem,
pelo desejo faço-me deus.
Monday, September 06, 2004
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