Tuesday, November 23, 2004

tocaram as trombetas do alto do sonho,
duendes a cavalo soltavam gritos de guerra,
e os gigantes fugiam montados em piriquitos com trombas de elefante.
aqui e ali um rasto de sangue das nuvens.
o cheiro de putrefacção colava-se ao cérebro, domando-o numa ira sem freio.

e as espadas batiam reluzentes umas nas outras,
e os combatentes choravam piedosamente por uma morte rápida,
mas a dor é o que de mais prolongado a vida tem.

no meio da batalha choravamm duas crianças espelho no reflexo do sangue,
no reflexo da alma morrem os fantasmas que nos habitam.

num momento um abutre dourado canta do cimo do céu,
e numa pausa musical seus bicos devoram a paz hiberbe das crianças espelho.
crianças devoradas e survidas pelo devassidão do mundo;
crianças violadas pelo ventre até ao crâneo até ao último respirar da guerra.

e da guerra se fazem guerreiros de paz.
crianças abutres voam pelos céus vomitando ramos de oliveira.
e num momento tudo pára,,,ao longe uma voz grita por mim.
vejo um cavalo que me acena com um duende na boca,
olho nos seus olhos que me são familiares e digo: TU?.
e num segundo os meus olhos abrem num quarto de quatro paredes.

estou vivo por agora...a guerra vive de dentro para fora...
tanto faz, penso eu...amanhã lá me encontro.



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